Quem diz que crescemos depressa demais? Quem diz que este último passo foi o mais difícil de todos, e que temos de deixar parte da aventura de lado?
Quem diz está enganado... muito mesmo!
Ser Dirigente não implica abdicar da aventura, da emoção, do espírito de partilha na montanha, das intensas caminhadas à chuva, do aperto no estômago antes "daquele" acampamento, da falta que faz um talher esquecido em casa ou, tão só, de ficar até às tantas a conversar à fogueira.
Claro que as actividades são diferentes, mas é o espírito de aventura e a vontade de ir mais além que fazem a diferença. É o sentido de dever que, aliado à vontade de partilhar, nos faz deitar às 04h com as mãos a cheirar a atum, em vez de ficarmos à fogueira. Mas é também a vontade de mudar e de ultrapassar barreiras que nos faz arriscar.
Este equilíbrio não é fácil, e nem sempre atingível, mas é a experiência e paciência de cada um que nos faz ter o discernimento de não ir até ao cume mas arriscar (e superar) os 2.500m, ou de não arriscar a montanha e optar por actividades didacticas, sem nunca perder a boa disposição de espírito e a noção do desenvolvimento pessoal.
Não compreendo quem diga "estou cá só pelos miúdos", aliàs, não compreendo quem veja que esta nova etapa nada tem de aventura... É certo que o lema é estar "sempre alerta para servir" e a responsabilidade pesa, mas se não formos nós a arriscar, a tentar e conseguir, a essência do escutismo e todos os valores e emoções associadas acabam por se degradar. Neste processo, o enriquecimento não é unilateral, mas sim aplicado na globalidade de pessoas que participam, seja na preparação ou no desenvolver da actividade.
E ao fim do dia, quando o silêncio já se começa a apoderar do campo e as mãos já adquiriram um travo a cebola, é aí que as conversas disparatadas (e acertadas) se fazem ouvir, é nesse momento que a partilha assume o seu exponente máximo e cada um dá aos outros, um pouco da sua "aventura" nesse dia.
Nesse momento, no meio de caixas de cereais e pacotes de leite amontoados, petromaxs acesos, uma farmácia aberta e dois caixotes cheios de almoços, é aí que encontramos espaço e tempo para nos darmos a conhecer mais um pouco, apesar da fadiga e das contradições da jornada.
É neste momento, talvez mais que em todos os outros, que eu me lembro da minha aventura e do que quero ser quando for "grande"...
Obrigado 255
8 comentários:
Fantástico... Muito bom, Maria... Muito bom, mesmo!!
mais palavras para kê?´está tudo dito... e o importante é sentirmos que quando precisamos daquele apoio, aquela força estamos lá... uns para os outros!
é isso que e crescer! é isso que nos faz ACREDITAR!
O Maria ... é o Maria
Palavras para quê?
Mtos bjs
Alda
É isso mesmo. Muito bom! Estás lá!!!!
É verdade sim!!!!!
E que saudades que temos desses momentos......
Muito bom!!!!!
Fizeste-te!
Parabens!
gostei.
só para acrescentar: é nesses momentos que a fibra vem ao de cima e se faz uma espécie de F.C. mais intimista onde sem grandes palavras mas onde as acções contam mais, dizem mais, onde a partilha, o espirito de equipa, o cansaço se mistura com um espirito de dever inexplicável mas ao memo tempo inolvidávelmente saboroso.São momentos únicos que se constróiem ao longo de uma caminhada onde os objectivos vão sendo cada vêz mais altos. è apnas e só 1 questão de saber estar, de entrega e de preenchimento e crescimento pessoal.Parabéns. kiko
Que orgulho que eu tenho de vocês todos!!!Parabéns
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