terça-feira, setembro 23

FAZ-SE CAMINHO, CAMINHANDO!


Ontem planeamos.

Vemos como nos apresentamos ao órgão que de facto decide.

Sinto que começamos a fazer a ginástica de sempre. Todos os anos, fazemos a ginástica de sempre.

Pensamos sempre, todos os anos, que somos como a água… um recurso cada vez mais escasso.

“Desligamo-nos” de algo que nos faz crescer. Vamos, como se não deixássemos nada.

Temos um planeamento, um planeamento, em que a nossa vida, como se de um interruptor se tratasse, deixa de ter um Agrupamento como pedra basilar daquilo que somos, como identidade de um “eu”, que nos torna únicos.

Estará o C.N.E. a mudar? Será a crise de confiança assim tão grande… não nos miúdos, mas nos adultos? Mudamos nós de planos, construindo uma barreira assim tão alta, que mesmo que olhemos para trás não vemos rasto nenhum, de um lenço ao pescoço?

Percorro os circuitos Regionais da nossa Associação, como há muito não o fazia, vejo com uma mágoa gigantesca a realidade do Agrupamento que me apresentou ao Escutismo (calma, não falo da Damaia), sou testemunha de um Histórico da "Linha", que se afunda, sem que nenhum colete os mantenha a "respirar"!

E penso, penso, penso… e em 4/5 anos é tudo diferente, tudo muda… como se hoje, a mudança fosse a coisa mais estática da vida!


Profissões cada vez mais exigentes, vidas a “dois” cada vez mais a dois, apostas profissionais, falta de paciência, putos cada vez mais difíceis, a própria concorrência ao Movimento, tempo que não temos para dar do nosso tempo a "Isto".

Sei lá… não acompanho bem o porquê da transformação que o C.N.E. está a ter, mas sinto-a, oiço-a, vejo-a…

Oxalá, também aqui, continuemos a ser o Agrupamento diferenciador.

Oxalá, também aqui, tenhamos os "binóculos" suficientemente abrangentes, para entender que há um futuro bem giro, mas há um presente que o prepara.

Oxalá… mas que dá que pensar, lá isso dá!

4 comentários:

Saryta disse...

Pois é... parece que cada vez menos compensa trabalhar com crianças é a resposta que me dão quando questiono alguém em relação a esse sentimento de falta de confiança que também sinto no mundo onde vivemos...

Actualmente sinto que temos a sorte de trabalhar com pais que nos compreendem, sebem que queremos os melhor para os nossos irmãos escutas e que fazemos tudo por eles, e uns pelos outros.

Pais que tem consciencia que as crianças fazem asneiras, que precisam de ser chamados a atenção e que isso faz parte do crescimento.

e é com base nesta confiança que conseguimos fazer um bom trabalho, e somos uma excepção... acreditem que somos!

joscout disse...

Uma associação que é composta por elementos que conseguem fazer uma análise tão lúcida e real do momento que ela vive, torna-se mais "fácil", perspectivar o futuro...pois só quando sabemos como estamos é que saberemos para onde vamos…

Num período de grandes mudanças, uma das formas de “sobreviver” é:

- Fazer menos actividades mas mais ambiciosas,

- Apostar numa melhor organização das reuniões, para evitar perdas de tempo,

- Apostar na motivação dos chefes, pois isso de certeza que se ira reflectir nos restantes elementos.

O resto o espírito escutista resolve…

Vice... disse...

Meu caro amigo Joscout,

Não sei bem se a questão é tão simplista, ou se mexe, de forma bem mais ampla, com a "Estrutura" que nos rege!

Da forma como a "Estrutura" se (re)posiciona para nos "orientar", das linhas que está ou deve (ou não) traçar para, como dizes e bem, sobrevivermos ao "subprime" Escutista...:)))!

De todo o modo, penso que seria uma discussão engraçada de se ter... com que vê, com que vive, com quem sente e... com quem lá está!!

Porque não :)? Além do mais, estou com saudades do "molho à fraga"!!!

joscout disse...

Só falta combinar o dia e a hora...