segunda-feira, setembro 25

Indaba dos 40

Missão Escutista: Educação pela acção (actividades)

"As actividades são a parte mais visível do programa; representam o que os jovens fazem no escutismo".
Baden-Powell
Eis outro dos pilares do nosso método. Os jovens aprendem fazendo. Aprendem por si próprios, com os seus pares e com o apoio do adulto.

Não chega explicar numa palestra o que são nós, como se faz uma refeição... Têm de ser os jovens a concretizar, a sentir as dificuldades, a errarem, a aprenderem com os erros e a atingirem o sucesso por eles próprios.

Mais, têm que ao longo das secções por onde vão passando ser eles próprios a construirem as suas actividades, de acordo com o seu grau de autonomia próprio de cada idade.

Promovemos nós a educação pela acção ? Ou fazemos nós as actividades para mero consumo dos miúdos ?

3 comentários:

Vice... disse...

Tens toda a razão, “não chega explicar numa palestra o que são nós, como se faz uma refeição”… melhor ainda (e já que está na altura disso), não basta orientar um fim de semana a explicar um Projecto, as suas etapas, e incutir-lhes a mística duma secção, a simbologia dum Grupo…

... e depois Falcão??

E depois, quando queres aplicar aquela do “têm que ser os jovens a concretizar por si mesmos”.

Além do mais, há 15 anos atrás, montagens, ligações, nós eram básicos de um qualquer acampamento…

Os jovens aprendem fazendo, mas cabe-nos a nós sair mais da “palestra”!! Ser actores…

E somos? Sim... às vezes somos, mas...

Leão da Lezíria disse...

Pois é, Falcão, tocaste num dos pontos-chave. A tentação de produzir actividades pelos miúdos é grande e, mais do que isso, é ténue a linha que separa o animador-motivador do animador-fazedor. A pressão é grande, todos queremos ter as pinturas na parede da sala mais bonitas do núcleo, os melhores resultados no raid, as bandeirolas mais vistosas da actividade regional, as tendas elevadas mais altas do acampamento. E essa tentação leva-nos a fazer por eles em vez de fazer com eles ou, ainda mais dificil, deixá-los fazer.

É difícil encontrar um animador suficientemente sábio e com suficiente tempo para os deixar aprender a fazer. E depois nota-se, por exemplo nas actividades de recolha de fundos para um projecto mais elaborado, que necessite de maiores recursos económicos: é mais fácil pedir dinheiro aos pais, organizar jantares em que os pais são simultaneamente pagantes e trabalhadores.

Musarenho Incansável disse...

Obviamente que o aprender fazendo é muito importante e muitas vezes nos esquecemos de o aplicar convenientemente:
1 - Como refere o falcão, muitas vezes abdicamos desta ferramente passando a informação em forma de "palestra", massadora e enfadonha;
2 - Noutros casos temos situações em que abusamos do "aprender fazendo", nas quais o adulto se demite das suas funções entregando totalmente o destino da tarefa, projecto, jogo, etc... nas mãos dos jovens.

Concluindo. Como referia o Leão existe de facto uma linha muito ténue que separa o animador-motivador do animador-fazedor, mas entre estes parece-me haver lugar para o animador-impulsionador. Aquele que dá o exemplo e é o primeiro a meter as mãos à obra não deixando a responsabilidade toda do lado de lá.