quinta-feira, novembro 22

Foi assim, porque tinha que ser (Parte III)

Foi isto que ELES deixaram ao Grupo 29 (está brilhante).

Nota do autor: O texto que se segue foi pensado e redigido na pausa entre o estudo de funções contínuas e o teorema de Bolzano-Weirstrass

"Certo dia B.P. disse que era como um grande carvalho que largava as bolotas do escutismo por todo o mundo.
Ele era um grande carvalho isolado na floresta da vida, hoje em dia são milhares, se não milhões, de carvalhos espalhados por todo o mundo. Certo dia, caiu uma bolota especial, a bolota 29. Ela germinou, cresceu, tornou-se forte e deu origem a muitos ramos e frutos. Como na parábola do semeador, umas caíram sobre a estrada, outras sobre os espinhos, mas algumas caíram em terreno fértil e germinaram.

Pois bem, assim estávamos nós até há poucos meses. Jovens árvores, umas maiores do que outras, fazendo jus ao significado da nossa saudação. Os com mais uns ramitos protegem os mais novos. Certo dia chegou o Inverno e, como toda a gente sabe, está na altura de transplantar alguns dos carvalhos para um sítio diferente.
Estarão as árvores mais jovens desprotegidas? Irão elas fenecer face aos mais duros Invernos e aos mais escaldantes Verões?
Não.
Simplesmente não.
Porquê? Porque elas são fruto de semente em bom solo, penso eu que foram ensinadas a resistir ao vento e a aproveitar a chuva, mas ainda lhe falta muito caminho a percorrer.
Muito caminho pela floresta da vida a avançar.
Quando as ervas daninhas vos cortarem o caminho. Usem o machado.
Quando anoitecer e não virem para onde vão. Consultem a Rosa-dos-Ventos.
Quando se cansarem e o suor cobrir o vosso corpo. Purifiquem-se com a gota de água.
E mesmo se isto tudo não bastar, peçam ajuda.
Nós estamos cá.
Quando se sentirem vergar, sentem-se à volta da fogueira, para que possamos partilhar o pão e a Palavra. Quando se sentirem exaustos partilharemos a Tenda, dividiremos o peso pelas Mochilas e apoiar-nos-emos juntos na vara bifurcada.

Porque afinal, somos frutos da mesma árvore.
Crescemos juntos e aprendemos juntos. Demos sombra mutuamente e aguentámos juntos as tempestades.

Mudámos de canteiro, mas não mudámos.

Porque no final, nós não somos muitos.
Somos um.

Somos as gotas de água, diferente de todas as outras, que se juntam para fazer o rio correr livremente.
Como diria Bertold Bretch: “Toda a gente fala do rio que corre furioso, mas ninguém se lembra do quão violentas são as margens que o oprimem.
Somos o graveto que faz a fogueira crescer.
Como diria Carlos Silva: “O fogo é símbolo de destruição, mas também é de renovação”

Somos muitos, mas caminhamos num sentidos.
Juntos Somos um."

...

3 comentários:

Anónimo disse...

Está mesmo muuuuito brilhante! Parabéns Carlos, adorei adoreeei! :))

Fábio disse...

realmente brutal mesmo

Saryta disse...

Simplesmente ás vezes é isso que nos falta ouvir...
Porque a mistica, porque o espirito é o que nos mantem unidos e nos dá força para seguir...