quinta-feira, julho 6

Doroteias, ontem hoje e sempre!

Entrei no 255, se não me engano em 1983/84, pela mão do Chefe Ernesto, Chefe de Agrup. de Alfragide que agarrou em 2 putos - qd Alfragide fechou temporariamente -, e nos apresentou ao Chefe Brito, com garantia de que era do melhor que Alfragide lá tinha... 3 meses mais tarde, Alfragide voltou a abrir... até hoje, ainda não entendi bem o que se passou...:-).

Mas adiante... como dizia, entrei para os Lobitos. Era do Bando Preto e o meu primeiro acampamento foi nas Doroteias em Sintra. As Doroteias é o nome carinhoso pelo qual tratamos o Seminário do Linhó... as Doroteias são efectivamente as irmãs que lá vivem, trabalham, e rezam!

Um imponente Seminário, ali quem vai na estrada, em direcção ao Linhó, que esconde uma área infinita de plantações, animais, um campo imenso de Carvalhos, um sítio de perder de vista, que me arrisco a dizer, serão poucos os que têem ou tiveram o previlégio de conhecer o que se descobre quando descemos aquelas escadinhas, que nos abre a porta dum qualquer acampamento, mesmo ali encostados à Serra... a de Sintra!

Doroteias, senhoras já de uma certa idade, sempre com um sorriso nos lábios, que transpiram uma calma inquietante, e que aliás são as únicas responsáveis por aquele autêntico “mundo” em ponto pequeno, para quem o 255, era quase “cliente” da casa (talvez o melhor, até).

Por alturas dos meus 10;11; 12; 13... - e por aí adiante -, anos, não se fazia um verdadeiro ano escutista se não fossemos acampar para as Doroteias... para aí ou para os Socalcos.... ora aí está outro sitio mítico, que merece também ser postado (outro dia).

Não me esqueço dos 3000 acampamentos que lá fizemos, das promessas de “...fazer todos os possíveis por...” testemunhadas por aquela Serra, dos fogos de conselho.

Não me esqueço de termos a fogueira como “candeeiro”de Sintra, de ser o local perfeito para fazer baptismos (ora aí está outra coisa que se perdeu), dos infinitos kms percorridos a subir ao Castelo, a roçar as paredes do Palácio, a fazer rappel nos calhaus mais a jeito... Não. Não me esqueço.

Até ao dia em que, sem explicação, me esqueci... eu e o 255!

Até ao dia em nunca mais ninguém se lembrou que os Socalcos continuavam lá, que as Doroteias se continuavam a lembrar da Damaia... que a Serra ainda não tinha desaparecido.

Há 2 anos, e talvez uns bons 10/15 anos depois, voltámos. Com uma passagem tímida do Grupo 29, da minha BAIXINHA, do Kiko... a justificar uma reunião sobre “Grupo, Mística, Equipa...”.

Voltamos a sorrir, quando entre um café e um bagaço (sim, as Doroteias servem bagaço no bar do Seminário) a Irmã nos disse:”Então são da Damaia? Há tanto tempo que não nos visitavam, heim...?”!

E soube que não tinhamos esquecido as Doroteias e que elas também não esqueceram a Damaia.

Voltámos para uma 2ª reunião... desafiamos o Agrupamento para lá fazermos o Acagru... e fizemos!

Alguém me disse outro dia, “nunca voltes ao sitio onde um dia já foste feliz”. Porque não? Fizemos um grande acampamento, sem construcções, mas com um grande raíde, sem fogo de Conselho, mas com uma Velada d’Armas do outro Mundo. Sem Promessas em campo, mas com Promessas nas Doroteias.

Sem saberem, mostrámos aos putos para onde ia acampar a Damaia, há 20 anos atrás. Sem saberem, apresentámos aos putos quem fez História no Agrupamento.
Sem saberem fizemos as "pazes": Nós e as Doroteias!

Fixe. Muito fixe. Estão novamente no roteiro de “sitios a acampar”, para o 255 da Damaia. ELAS. As Doroteias!

PS – Promessa cumprida, meu caro Pedro Nuno :))!

1 comentário:

PedroNuno disse...

E promnessa bem cumprida !!!!
As Doroteias sao o misto de Seminario, clareira, bosque e Serra. Nos socalcos, o ambiente mais cerrado leva a outras aventuras. Nas Doroteias, o imaginario pode circular por toda a quela imensidao de cenarios (exceptuando a Lagoa verde que agora esta bem guardada e impede as aventuras de Piratas em mar alto...). Tanto se recporda o fogo (o tal da dentadura...) como os jogos nocturnos. Ou os azimutes, pelo mato acima, com o Sol a desaparecer no cume da Serra, naquela paisagem deslumbrante que e' Sintra, mesmo por detras. Dificil de explicar por palavras, nao e'?