sexta-feira, julho 7

Fonteireira !

Tenho ate' algum receio de escrever sobre a Fonteireira. Como se algumas coisas sejam tao importantes que o que quer que possamos dizer nao lhes faça a merecida justiça. Porque AQUELE foi um local mitico para muitos de nos.

Por ser dos mais velhos da Dinossauro, talvez tenha sido dos primeiros a por la' acampar. Foi no longiquo Anno da Graça de Nosso Senhor de 1973. Estava eu no Agrupamento 55 da Amadora, Lobito de oito anos, pata-tenra, e foi o meu primeiro acampamento. Acreditem, nesse tempo a quinta da Fonteireira era para nos, putos lobitos, uma autentica selva habitada por todo o tipo de animais, palco para todas as nossas aventuras, e muitissimo afastada da civilizaçao. Na ribeira, naquela zona baixa, corria agua em qualidade e quantidade suficiente para encher a represa, e tomavam-se aii grandes banhos logo que o frio deixava de amedrontar (o que, se bem me lembro, para alguns acontecia bem fora de epoca). A higiene matinal era feita directamente da agua da ribeira.
O Ritz era nessa altura mesmo um Hotel de luxo, usado em casos de emergencia; com um telhado sem goteiras, paredes no sitio e chao limpo. E e' do Ritz e dessa primeira noite que me lembro perfeitamente, porque o meu primeiro acampamento, a minha primeira noite em campo, acho que a minha primeira noite “sozinho” fora de casa, foi premiada a partir da meia noite com uma belissima carga de agua de varias horas, que ensopou todos os cobertores (nesse tempo usavam-se cobertores...); e o chao (lembram-se alguns das tendas amarelas: sem chao...), que era coberto com jornais (ainda nao havia esteiras de espuma, meus meninos...) parecia um lago. O Ritz acolheu nessa noite toda a Alcateia. A Fonteireira presenteou-me assim, na minha primeira noite de campo, com todos os cenarios de uma verdadeiro acampamento: bom tempo para as montagens, a Alcateia no Fogo de Conselho, e chuva ‘a noite pro desenrasca. Verdade e' que la' dormimos todos no aconchego do Ritz, e de manha, bem bem cedo e com a mochilas a pesar o dobro pelo peso da agua, la' fomos apanhar a camioneta. Nao sem antes pararmos obrigatoriamente nos fofos de Belas, onde a dona nos presenteou, graciosamente, com uns queques mais bem passados que lhe estavam a sair do forno.

Ja’ na Damaia (a partir de 1978) , a Fonteireira era o nosso mais habitual ponto de chegada para a prova de Andarilho (da Damaia ‘a Quinta da Fonteireira sao uns bons 8 km, que mandava a prova fossem efectuados em pouco mais de 60 minutos...). Lembro-me da admiraçao que nutri pelo meu guia (o Carlitos), que tinha a certeza era o melhor dos guias de todas as patrulhas (acho que todos pensavam o mesmo dos seus respectivos guias), quando noos, liderados pelo sub-guia, fomos para campo com o resto do Grupo 47, e ele se juntou a noos bem mais tarde (tinha outras obrigaçoes para cumprir). Chegou ao anoitecer, completando a sua prova de andarilho, sozinho, vindo alegremente e a passo rapido da Damaia.

Voltei muitas vezes para acampar na Fonteireira.
E o que la’ aprendi nao desaparece! por mais predios que laa construam! :)

2 comentários:

Leão da Lezíria disse...

Um dos acamapamnetos mais inesquecíveis que tive foi lá, como júnior. O Chefe era o Jorge Vaz. Choveu todo o acampamento (era Dezembro...) e foi a unica vez na minha vida que passei fome, porque a lenha estava ensopada e não havia comida que não fosse preciso cozinhar. O fogo de conselho foi inesquecível, uma carga de água enorme e todos nós a fazer cânticos de tenda para tenda. Foi inesquecível...

so manel disse...

Carissimo dr bunsen:
Trata-se de um problema de bipolarização. O sr mendes é o meu alter-ego.
cumprimentos