segunda-feira, dezembro 3

EU APOSTO QUE SIM

Há cenas que me fazem pensar! E nesta fase da minha vida em que não paro de pensar, dou por mim... na “Mesa do Café”.

Além de gostar de vocês, de vos ler com a regularidade com que comprava o jornal Record - nos meus anos de estudante -, ou com a frequência com que hoje vou trabalhar (para que conste tenho 25 dias de férias... sabem o que isso significa, certo??) tenho (como também já comentei várias vezes no Mendes), um enorme gozo cada vez que qualquer pequeno motivo é argumento para vos juntar... além dos sábados, para alguns, claro!!

Aqui, no sítio que vos deu essa cúmplicidade, gostaria de ter tido uma geração assim, “saída de dentro”.

Mas não tive! Apesar dos meus grandes amigos aqui andarem (GRANDES MESMO), a cumplicidade com a “minha mesa” é feita na sua maioria das vezes (p’ra não dizer quase sempre) com pessoas “sem lenço”...!

Com a “mesa do bairro”... Com quem me viu nascer, partiu alguns vidros de prédios, a jogar à bola comigo, que me ajudou a arranjar os locais mais refundidos da C+S de Alfragide, que assistiu ao meu percurso académico, que me viu no orgulho do meu primeiro emprego, que topa à distância quando “isto” não corre bem, que sabe espicaçar, “magoar” no sitio certo, com quem me riu descontroladamente, com quem tenho simulado ano após ano as 12 passas da meia noite, para voltarmos ao que interessa... bom, estaria aqui uma eternidade!

Eu sei o que vocês vivem, porque me revejo em grande parte dos valores que vamos partilhando quando nos vemos e, bem assim, nos sentimentos que escrevem nessa Mesa, mas eu gostava de, no dia a dia (importante este pormenor... muito importante), ter alguns “lenços” sempre na confusão e no trabalho (porque dá trabalho... para quem ainda não tenha entendido) da vida.

E depois é um contra censo, porque assim do nada, no momento em que falo de mais um dia nada bom, dou por mim, com a necessidade de partilhar o momento com os daqui... bom, não sei se há coincidências ou se tive a sorte de o telemovel ter respondido do lado de lá... ou uma coisa ou outra!

Hoje, volto a ler-vos. Entre o “pormenor” do Leão, relativamente ao Trampolim que só ele vê, sinto que “O MOMENTO” que vivem, que sentem, que discutem, é naturalmente algo que faz toda a diferença!

À questão da Chatter, respondo que até podem passa-lo (AO MOMENTO) a gerações vindouras, mas não sei se será bem a mesma coisa... Porque é isto que transforma algo, na palavra “ÚNICO”!

Se é que (ora aqui está um bom tema para discussão) existe a palavra “Único”. Eu tenho a certeza que existe, mas há os que vivem dia a dia na dúvida!

A reforçar o que acima escrevo, penso, também, que não vai haver um outro Kiko que se perfilhe com um outro Zé Tó, que se “irrite” com um outro Agostinho que se “passe” com uma outra Júlia que “ironize” com uma outra Mesa... e por aí adiante!

Mas hoje (e era aqui que eu queria chegar, fónix...), olho para os (“meus”) putos com a “atenção” que a idade lhes traz. Preocupo-me, mas...!

Vejo uma geração de Miúdos inteligentes, informados, atentos, criativos, irreverentes... e melhor que isso, em número e amizade suficiente para fazer uma “Mesa II”.


(E para os que dão já o sorriso irónico, do tipo "este gajo é parvo".. sim, sou mesmo parvo, mas quero apenas lembrar, os mais distraídos e/ou esquecidos e/ou que estão sempre no bota-abaixo que se lembrem da idade... da vossa idade, e não falo da que têm hoje!)

E gosto. Vejo uma geração de putos que se chateiam, e que no fim-de-semana a seguir já se falam, vejo uma geração de putos que se metem em 3000 cenas, e que tal como vocês (que a minha geração e do Henrique não foi nada assim)...

… Bem, esta parte conto-vos “off the record” no Mendes... Mas, tal como vocês, eles... LOLOLOL!!

E acho importante. Acho até engraçado, que ali esteja uma geração de putos que se vê muito mais que ao sábado, uma geração de miúdos que fazem daquela sala o seu “confessionário” dos dias que passaram, dos problemas que já dizem que têm, das memórias da noite anterior…

Putos que “vivem” juntos, que se encontram diariamente nas “escadinhas” junto a um qualquer prédio, que se fardam ao sábado, para se voltarem a encontrar. E gosto, a sério que gosto!

E gostava que daqui saísse uma geração parecida com a vossa. Bem sucedida, cúmplice... única.

E uma gração que exteriorizasse esta unicidade das mais variadas formas, entre as quais, e porque não... a virtual!

Pode ser que sim. Gostava que sim. Teriam aqui um leitor atento de um blog que se poderia chamar “Degrau de escadas – Damaia, 2007 os amigos reúnem-se nestes degraus de escada discutem a vida... mudam o mundo. Vinte anos depois, os mesmos, reúnem-se neste DEGRAU DE ESCADA”.

Além de lá estar ao sábado com o meu filho e/ou filha nos lobitos (bem... se calhar já nos exploradores), de fazer as 1000 perguntas preocupadas sobre o porquê de qualquer coisa que deveria estar a acontecer e não está, porque no tempo em que eu era o Chefe do 255 as coisas não eram nada assim, mas muito melhores e bem diferentes... além de tudo isto, e de ultrapassar esta minha inquietação que não duraria mais do que 2 minutos, ainda encontraria alguns da “Mesa” que me pagariam qualquer coisa, enquanto deixam os seus Pioneiros... no sitio do costume!

Quem sabe... eu aposto que sim! Por nada em especial, mas porque gosto muito destes putos,
deste GRUPO!

5 comentários:

so manel disse...

A cumplicidade cria-se, nos bons e maus momentos, na convivência, no respeito,nas convicções, na heterogeneidade, na diferença,nas diferentes formas de estar mas sobretudo numa amizade inabalável que vai amadurecendo.è claro que há quezilias,que há espinhos,mas isso é que nos faz crescer e dar vontade de nos juntar sempre que possível,seja num café ou num degrau de escada.Basta um pretexto,por vezes insignificante...
A saga está para continuar. Todos nós temos um papel a desempenhar nesta "saga",nesta DEMANDA.
Agrada-me que "a coisa" esteja bem entregue.Tú já apanhas-te o espírito.Só tens é que lutar por ele.A grande maioria-infelizmente nem todos!-de nós desempenha agora um papel diferente, mas posso-te assegurar que sentimos-e acho que posso falar por essa maioria!-que a "coisa" está muito bem enCAMINHADA!
Parabens pela prosa e sobretudo pelas entrelinhas.
kiko

Anónimo disse...

este post está muito bonito e nao merecia ser ignorado.

so manel disse...

e não foi ignorado!
Por vezes o silêncio é de ouro...ó anónimo!

Chatterbox disse...

Anónimo: O silêncio pode partir da não compreensão do que se fala. E digo isto (sem ironia…) pois já muitas vezes me disseram que é raro encontrar um grupo tão grande que se dá há tantos anos, mas que se compreende… pois estas pessoas têm tanto em comum!

Errado! Errado! Errado!

Tal como o Vice capta quando fala da ‘Mesa’, e o Kiko já comentou… O Segredo das amizades duradouras está acima de tudo na tolerância. No fecha olho aqui e ali. Grita aqui e acolá quando é preciso. Fecha olho novamente, mantém sempre o outro aberto!

A crítica constante corrói e maltrata os demais. A não colaboração nas diferenças, destrói cumplicidades!

Na Mesa há de tudo, menos pessoas parecidas umas às outras. Há pessoas diferentes que encontram uma base de entendimento. É esta base de entendimento que alimenta a vontade de se encontrarem com uma frequência quase familiar… nem que se seja só para gozar com este ou aquele… que não sabe do que falamos!

Beijinhos Vice.
Júlia, a caixinha de humor negro…

Chatterbox disse...

Esqueci-me de dizer que também acho graça às 'amizades' destes teus pioneiros!!!
Acho mesmo!